domingo, 19 de fevereiro de 2012

Major da PM diz que presença do blogueiro será “relatada”
 
Poucos jornalistas participaram da rápida entrevista coletiva dada pelo major Marcel Lacerda Soffner, porta-voz da Polícia Militar, após a reintegração de posse da Moradia Retomada da USP, neste domingo, em São Paulo.
 
Estavam um repórter da Rede Globo, outra repórter da Band, um repórter da CBN e um jornalista do Brasil de Fato, além deste blogueiro e de um profissional da própria PM, que registrava a entrevista em vídeo.
 
A maioria das perguntas foi feita pelos repórteres de televisão. Eu pedi mais detalhes sobre a estudante grávida e sobre o conflito relatado pelos estudantes, quando balas de borracha foram atiradas, de baixo para cima, no terceiro andar do bloco F do Conjunto Residencial da USP.
 
Antes da coletiva um tenente perguntara quem eu era. Apresentei-me como jornalista independente. Mas diante da menção de mostrar a carteirinha da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), ele disse que não era necessário.
 
Após a entrevista, Soffner perguntou de onde eu era. Repeti que era jornalista independente e que escrevia no meu blog. Ele perguntou meu nome, respondi. Menos de dois minutos depois, voltou: “Alceu, é este aqui seu blog?” Respondi que era.
 
Em seguida ele abordou o jornalista do Brasil de Fato e perguntou: “Você também é do blog?”
 
Diante disso perguntei ao major se a polícia paulista estava monitorando quem escrevia sobre ela. Ele me respondeu que estava perguntando para poder “relatar”. Perguntei: “Relatar para quem?” Ele hesitou, mas disse que para o próprio setor de Comunicação Social da PM. Ao seu lado estava um representante do setor, André Severo, que registrara em vídeo a entrevista. Mas era o major que tinha a curiosidade.
 
Cabe aqui assinalar que o blog Outro Brasil, criado em novembro, tem abordado com frequência os episódios recentes na USP. Este jornalista, também estudante de Geografia na própria universidade, considera que os fatos possuem relevância nacional – em se tratando da maior universidade pública do País e de temas relacionados tanto à educação como a direitos humanos.
 
Um dos textos de maior repercussão foi o relato de Rosi, a estudante que conta ter sido torturada, no início de dezembro, durante a reintegração de posse da reitoria. Em janeiro, o estudante Nicolas Menezes Barreto falou com exclusividade ao blog sobre a violência que sofreu – registrada em vídeo - durante a desocupação da antiga sede do DCE-Livre.
 
Alceu Luís Castilho (@alceucastilho)
 
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Um comentário:

Anônimo disse...

E.. de uma feita que não deixa e-mail visível, isso significa que não quer papo com ninguém. Eu respeito.